quarta-feira, 2 de março de 2011

A SOCIDADE...(drogas e sexo)




Saiba um pouco sobre Drogas e Sexualidade


No fundo, todo o prazer é prazer do espírito; aí repousa essa fonte inesgotável, brotando sob a forma do desejo que nenhuma satisfação poderia saciar." E. Jünger, Aproximações1.

O consumo de drogas e a sexualidade são questões que ocupam o pensamento humano desde tempos imemoriais. Por vezes ambos caminharam juntos e ainda hoje há substâncias, como o ecstasy, caracterizadas pelo grande público como capazes de melhorar o desempenho e o prazer sexual. São por isso denominadas afrodisíacos. Os gregos da Antigüidade entendiam por afrodisíacos as obras ou atos da deusa do amor, Afrodite2. As substâncias afrodisíacas são aquelas consideradas capazes de aumentar, exacerbar atos, gestos e contatos que proporcionam uma certa forma de prazer.

Na visão de Aristóteles, "todo mundo, em certa medida, usufrui do prazer da mesa, do vinho e do amor; mas, nem todos o fazem como convém"2. Desse modo, uma série de normas foram sendo estabelecidas para lidar com os excessos. A moral é o que mais rápido vêm à mente quando esse tema é posto em questão. Por moral entende-se um conjunto de valores e regras propostas aos indivíduos e colocadas em prática por meio da família, da escola, da imprensa, das instituições religiosas e assim por diante. Também por moral, entende-se igualmente o comportamento dos indivíduos perante tais valores e regras2. Há aqueles que obedecem completamente, aqueles que aderem com ressalvas, aqueles que não se incomodam se seus comportamentos estão adequados à moral vigente e aqueles que se opõem frontalmente a ela.

A associação entre o consumo de drogas e a sexualidade sempre foi objeto de preocupações morais. Algumas culturas antigas, como os hindus, chegaram a aceitar tal associação com grande tranqüilidade. Já as sociedades ocidentais sempre a enxergam com reservas. A questão moral, apesar de ser a mais evocada quando o consumo de drogas e a sexualidade se fazem presentes, não é a única. Tampouco o tema se resume simplesmente a melhora do desempenho e do prazer sexual. Há questões de Saúde Pública envolvidas. Tratar o problema da sexualidade e do uso de drogas deve ser colocado acima da oposição de valores, da vontade de verdade, "essa célebre veracidade de que todos os filósofos falaram até agora com veneração, quantos problemas nos tem levado essa vontade de verdade!".

Não se trata de buscar ‘fatos científicos’ (como se esses fossem imparciais e desprovidos de moral!), mas buscar soluções para situações que colocam em risco a saúde e a vida das pessoas. Quando tratamos da questão das drogas, tais vidas tornam-se ainda mais adolescentes.

Em meio a batalhas de natureza moral, ambos lados, armados de tabus até os dentes, travam uma luta cuja origem já se encontra perdida há muito. Todos parecem tomados por automatismos. Drogas são afrodisíacas? Caso sejam, isso as tornam ‘mais legais’ ou é mais um motivo para rechaçá-las? É preciso que ganhemos maturidade para analisar tais questões. Só assim, aqueles que utilizam drogas poderão aceitar considerações acerca dos perigos deste consumo4 sem se sentirem como ‘vira-casacas’, ‘caretas’, ‘moralistas’. Tal informação, pelo contrário, precisa chegar como um apelo ao cuidado de si! E aqueles que encaram tais substâncias como os petiscos da sala de visitas do inferno, entenderão que na raiz do consumo de uma droga existe uma escolha, que por vezes evolui para a dependência (uma doença) e, por isso, merece ser respeitada, compreendida e ponderada abertamente e sem pudores, sem, no entanto, eximir tais indivíduos da responsabilidade que tal escolha lhes acarretou. Um desafio para todos nós: dependentes de drogas, parentes, amigos, educadores, profissionais da saúde, políticos, mas acima de tudo, cidadãos.

Drogas e Comportamentos Sexuais de Risco

Annibale Caracci - Vênus with a Satyr and Cupids, 1588

O consumo de drogas relacionados ao prazer sexual aparece nas ilustrações acima. Três egípcias [à esquerda] seguram mandrágoras, utilizadas com propósitos afrodisíacos. Numa celebração sensual [ao centro], Dionísio encontra-se recostado, coroado com papoulas e segurando um tridente cujo formato lembra os frutos da mesma planta. Por fim, uma indiana em posição deleitosa [à direita] é observada por outra, enquanto consome haxixe em seu narquilê.



A associação entre o consumo de drogas e a atividade sexual é freqüentemente considerada um só comportamento. Para muitos indivíduos, o consumo de drogas naturalmente leva à prática sexual. Há ainda, a idéia de que o prazer do ato sexual é potencializado pela ação de substâncias químicas. Tais crenças parecem ser confirmadas por relatos históricos1: os egípcios utilizavam a mandrágora com finalidades afrodisíacas. Os hindus utilizavam a maconha e a datura com os mesmos propósitos. O vinho e o ópio estiveram presentes nos cultos dionisíacos da Grécia Antiga



O consumo de drogas, inicialmente restrito a determinadas culturas, se popularizou e se generalizou por diversos países nos últimos trinta anos, principalmente entre as faixas etárias mais jovens. Atingindo proporções dignas de um problema de saúde pública (principalmente o álcool e o tabaco), são responsáveis por boa parte da morbidade e da mortalidade passível de prevenção nos dias de hoje.

"Faça amor, não faça guerra". A liberação sexual dos anos 60 e 70 influenciaram definitivamente a sexualidade ocidental. O amor livre como um direito individual, imune a normas e a convenções sociais, apareceu a partir dessa época. A idéia de que ele também deveria ser protegido (e nem tão livre assim...) aparecerá nos anos 80, com a chegada da AIDS.


Concomitante à popularização do consumo de drogas, o mundo Ocidental viveu um período de grande liberação sexual, precedida pelo desenvolvimento da pílula anticoncepcional, que liberou os indivíduos para a prática do sexo recreacional. Novas modalidades, tais como o cybersex (sexo pela internet) e o sexo virtual, apontam para novas fronteiras na exploração e entendimento da sexualidade humana4. Tratada com timidez e reservas pela saúde pública durante um longo tempo, a sexualidade passou a receber grande atenção desta após o surgimento da AIDS nos anos 80.


A chegada da AIDS repercutiu definitivamente sobre as forças sociais, econômicas e culturais que influenciam diretamente as práticas sexuais e a sexualidade dos indivíduos5. Desde então, a combinação de sexo e consumo de drogas, resultando na prática sexual de risco, vem sendo objeto de preocupação e interesse entre os pesquisadores e agentes de saúde pública de nosso tempo.

Acredita-se que a ação das drogas, capaz de causar desinibição e aumento do desejo sexual, deixe os indivíduos (em especial os adolescentes) mais propensos a práticas sexuais de risco. Alguns estudos mostram que apesar dos adolescentes iniciarem sua vida sexual antes do consumo de drogas6 e saberem claramente as formas de transmissão do HIV7, pouco alteraram seu comportamento sexual para fazer frente à infecção8-9. Além disso, adolescentes que iniciam o consumo de drogas em fases mais precoces10 ou concomitante à prática sexual6 mostram-se ainda mais propensos a práticas sexuais de risco.


Esse panorama é mais acentuado em alguns países em desenvolvimento, onde o sexo de risco (sem proteção e com múltiplos parceiros) representa a maior causa de doenças infecto-contagiosas entre adolescentes.

O HIV. Após do seu aparecimento as atitudes perante o sexo, as drogas (e até o rock ‘n’ roll!) nunca mais foram as mesmas.

AIDS não tem rosto. Apesar de cientes dos modos de transmissão da doença, muitos indivíduos ainda se acham capazes de identificar aqueles em situação de risco. FONTE: Auto-retrato com máscaras [detalhe] James Ensor (1899).

Há alguns motivos para a ausência de mudança7: Muitos adolescentes não se consideram em situação de risco. Muitos heterossexuais acreditam poder distinguir quem está suscetível ou não à infecção. Muitas mulheres acabam pressionadas a aceitar (e cedem) o não-uso da camisinha por seus parceiros. Por fim, muitos heterossexuais tomam atitudes apenas à frente daquilo que aprenderam ser uma situação de risco.


As drogas e o álcool, utilizados por adolescentes com tais concepções, adicionam um risco a mais, dentro de um contexto potencialmente causador de complicações.

Alguns estudos com usuários de álcool12-13, cocaína14, maconha15-16, anfetaminas17 e ecstasy18-20 deixam claro a existência de uma relação entre apresença do consumo de drogas e o aumento da incidência das práticas sexuais de risco e da infecção pelo HIV. Tais estudos, por outro lado, investigaram populações (delinqüentes, estudantes...) ou situações (homossexuais que freqüentam raves) específicas capazes de possuírem outros fatores para o sexo de risco. Não deixam claro, assim, se


há uma relação de causalidade, isto é, se o consumo de drogas por si só leva ao aumento do risco, ou se este é mais uma faceta da vida social destes indivíduos, marcada por diversos comportamentos de risco21-22.

É possível que traços particulares da personalidade, tais como o grau de preocupação individual acerca das normas e opiniões gerais da sociedade, possa também influenciar a quantidade de parceiros e o consumo de substâncias psicoativas22.


O consumo de drogas de fato leva à desinibição, mas é importante considerar que anteriormente ao ato do consumo, já havia o desejo (e a intenção) do intercurso sexual. Reduzir a questão à primeira frase responsabiliza uma substância pela ocorrência de ato genuinamente humano.

Alguns estudos22-24 apontam para conexões prováveis entre o consumo de drogas e a ocorrência de encontros sexuais: o álcool e as outras drogas promovem comportamentos de riscos por alterarem temporariamente as percepções de risco e beneficiarem imediatamente as ações de recompensa; o consumo incidental de álcool e drogas,

facilita interações que levam ao sexo, onde a intenção do encontro já existia previamente; os encontros que potencialmente levam ao sexo acontecem em bares e casas noturnas. O álcool e as drogas, coincidentemente, estão disponíveis nesses locais.


O álcool é parte estabelecida das interações sociais no Ocidente. Desse modo tais substâncias, por si só, não alteram um comportamento sexual latente; muitos utilizam drogas deliberadamente para relaxar, tendo em vista a aproximação com alguém que pretendem estabelecer um relacionamento. indivíduos propensos a comportamentos de risco podem, coincidentemente, utilizar álcool e outras drogas. Todas essas colocações parecem ser relevantes e devem ser consideradas em conjunto.


Desse modo, abordar o consumo de drogas visando à prevenção o sexo de risco, deve necessariamente passar pelo entendimento do contexto social e cultural nos quais tais drogas são prescritas, administradas e utilizadas25. Só assim será possível produzir um discurso ressonante com a mentalidade dos diversos grupos expostos ao risco de contágio por doenças sexualmente transmissíveis. Um discurso livre de reducionismos científicos e ‘achismos’ de fundo moral

CAMISINHA

Camisinha: origens e porque ela nunca pode faltar!
A prevenção das DST e da gravidez indesejada em nossas mãos.

sexo sem proteção, virou uma obrigação dos profissionais da saúde, dos educadores e dos pais.

A prevenção da gravidez indesejada e das doenças sexualmente transmissíveis sempre fizeram parte das civilizações urbanas. A cidade trouxe consigo a necessidade
de planejar o crescimento, a produção de alimentos, a disponibilidade de moradia. O nascimento de filhos fora da união oficial sempre foi motivo de escândalo social. Tudo isso levou à criação de métodos capazes de evitar a gravidez, sem no entanto furtar o prazer do ato sexual.

Protetores para o pênis no Egito Antigo. Serviam proteger o pênis contra galhos e picadas de insetos durante as caçadas.

Procris (Piero di Cosimo, 1510). O sêmen do rei Minos, filho de Zeus, era povoado por serpentes, escorpiões e lacraias que matavam suas amantes. Procris teve a idéia de introduzir uma bexiga de cabra em sua vagina para se proteger. Nasceu a camisinha.


Os chineses foram os criadores da primeira versão do preservativo: envoltórios de papel de seda untados com óleo. Os japoneses também possuíam hábito semelhante. Desde 1850 a.C. os egípcios utilizavam métodos contraceptivos. As mulheres colocavam em suas vaginas uma série de produtos para bloquear ou matar os espermatozóides. Elas utilizavam fezes de crocodilos (por possuírem pH alcalino, tal qual os espermicidas modernos), gomas e uma mistura de mel e bicarbonato de sódio. Os homens utilizavam protetores para o pênis, confeccionados em linho ou a partir de intestinos de animais. Tais protetores, porém, não possuíam função contraceptiva: funcionavam como estojos. Eles protegiam o pênis contra galhos e picadas de insetos durante as caçadas.

A mitologia grega apresentou a camisinha para o Ocidente. O rei Minos, filho de Zeus e Europa, era casado com Pasiphë. O monarca era conhecido por seu amor pelas mulheres e suas inúmeras amantes. Por obra de Pasiphë, Minos passou a ejacular serpentes, escorpiões e lacraias, que matavam toda aquela que se deitasse com o soberano. Pasiphë era imune ao feitiço aplicado a Minos, mas este tornou o rei incapaz de procriar. Minos, no entanto, se apaixonou por Procris. Para evitar que a relação com Minos lhe trouxesse a morte, Procris introduziu em sua vagina uma bexiga de cabra. Os monstros ficaram aprisionados na bexiga e Minos voltou a poder ter filhos.

Durante o século XVI a disseminação das doenças sexualmente transmissíveis assolava a Europa. Nessa época elas eram chamadas de doenças venéreas. Esse nome faz referência às sacerdotisas dos templos de Vênus, que exerciam a prostituição como forma de culto à Deusa do Amor. Foi quando o anatomista e cirurgião Gabrielle Fallopio confeccionou o que descreveu como uma "bainha de tecido leve, sob medida, para proteção das doenças venéreas". Tratava-se de um forro de linho do tamanho do pênis e embebido em ervas. Ele a denominou De Morbo Gallico, em um artigo escrito em 1564.


Shakespeare denominou-a "luva de Vênus". No final do século XVI os preservativos de linho passaram a ser embebidos em soluções químicas e depois secados. Eram as precursoras dos espermicidas modernos. No século XVII, um médico inglês conhecido como doutor Condom, alarmado com o número de filhos ilegítimos de Carlos II da Inglaterra (1630-1685), criou para o rei um protetor feito com tripa de animais

Camisinha de vísceras animais (ceco, bexiga,...) do século XVIII.

Nobres se divertem com camisas-de-vênus no século XVIII.


Em inglês, camisinha é "condom", em referência a esse médico. Outro episódio contribuiu para a difusão da camisinha. Ao final da Guerra da Sucessão Espanhola, líderes das principais nações européias reuniram-se na cidade de Utrecht (1713-1714). Tal evento chamou para o local toda a sorte de donzelas, ávidas em proporcionar diversão aos congressistas e desejosas por conseguir algum dinheiro. Mas traziam consigo algo já bem conhecido da ciência européia: doenças venéreas. Um criativo artesão local teve uma idéia:


costurou na forma de uma bainha anatômica um ceco de carneiro e obteve, assim, um preservativo.

O temor em relação às doenças venéreas tinha uma importante justificativa: os recursos terapêuticos eram muito pouco eficientes. Doenças como a sífilis eram praticamente incuráveis. A sífilis foi a AIDS da época. Indivíduos contaminados caminhavam para morte, sempre rodeados por todo o tipo de preconceito. A cura para a sífilis (penicilina) foi obtida apenas na segunda metade do século XX


A sífilis assombrou a Europa a partir do século XVI e atingiu grandes proporções ao longo dos séculos. Campanhas de prevenção foram detonadas. O tratamento medicamentoso para a doença apareceu apenas na segunda metade do século XX.



A expressão preservativo apareceu pela primeira vez nos anúncios das casas de prostituição de Paris, em 1780: "Nesta casa fabricam-se preservativos de alta segurança, bandagens e artigos de higiene." Ela foi logo substituída por uma expressão curiosa, redingote anglaise, que queria dizer "sobretudo inglês", o que equivaleria hoje ao termo "camisa-de-vênus" ou mais intimamente falando, "camisinha".



Em 1839 Charles Goodyear descobriu o processo de vulcanização da borracha. A vulcanização consiste na transformação da borracha crua em uma estrutura elástica resistente. Isso permitiu a confecção de preservativos de borracha. Esses eram grossos e caros. Eles eram lavados e utilizados diversas vezes, até que a borracha arrebentasse.

A evolução surgiu com as camisinhas de látex, a partir de 1880. Em 1901, a primeira camisinha com reservatório para o esperma apareceu nos Estados Unidos. As camisinhas de látex adquiriram popularidade apenas a partir da década de 30. Cerca de um milhão e meio de camisinhas foram comercializadas nos Estados Unidos, em 1935.

Com a descoberta do processo de vulcanização da borracha por Charles Goodyear (1839), preservativos de borracha começaram a ser fabricados em vários países do mundo.


As camisinhas de látex começaram a ser produzidas em 1880. O reservatório para o esperma foi criado a partir de 1901. A popularização do uso ocorreu apenas a partir da década de 30. Em 1935, um milhão e meio de camisinhas foram vendidas nos Estados Unidos.

Nas décadas seguintes, a camisinha foi caindo em desuso, principalmente após a descoberta da pílula anticoncepcional, na década de sessenta. Mas o aparecimento da AIDS, na década de oitenta, mudou para sempre a mentalidade mundial:


a contaminação de indivíduos pelo vírus HIV, causador da doença, dava-se por meio de contato sexual ou transfusão sanguínea. Falar abertamente sobre sexo seguro e uso injetável de drogas passou de tabu à necessidade e obrigação. A camisinha passou ser a grande arma desse esforço preventivo. E ainda hoje é!

A camisinha é a única capaz de reunir em um único método a prevenção da gravidez indesejada e das doenças sexualmente transmissíveis. Desse modo, permite relacionamentos sexuais seguros e minimiza o efeito da exposição a fatores de risco sofridos por um dos parceiros. A camisinha protege e respeita a escolha e os desejos sexuais de cada um. Com o advento da AIDS as camisinhas voltaram a ser comercializadas em grande escala. Estima-se que hoje mais de cinco bilhões de camisinhas são consumidas anualmente. As apresentações também se diversificaram. Há camisinhas de tamanhos,


espessuras e cores diferentes. Há camisinhas aromatizadas. Camisinhas com textura externa para potencializar o desejo sexual na mulher. Em alguns casos de ejaculação precoce, a camisinha pode ser utilizada com sucesso para aumentar o tempo de ejaculação.

"Imagine um mundo sem HIV". O surgimento da AIDS na década de 80 e a descoberta do seu causador, o vírus HIV, mudou o curso da história e da mentalidade mundial. Falar abertamente sobre sexo e uso de drogas injetáveis passou de tabu à necessidade e obrigação. Organizações governamentais e de interesse público surgiram para esclarecer, prevenir e tratar esse novo ‘mal do século’.
"Se você não pretende deixar um antigo hábito, comece um novo" . O cartaz orienta os usuários de drogas injetáveis a usarem camisinha.


A redução de danos surgiu nos anos oitenta com o objetivo de proporcionar qualidade de vida aos usuários de drogas e evitar a disseminação das doenças sexualmente transmissíveis entre eles.

Com o advento da AIDS as camisinhas voltaram a se popularizar entre nós. Há uma variedade imensa de apresentações prontas para serem utilizadas por qualquer indivíduo.

Usar camisinha é acima de tudo uma atitude. A informação sobre as doenças sexualmente transmissíveis, uma ferramenta fundamental para os dias de hoje.

Sexo Seguro

Conseqüências da alegria
O sexo seguro é a tomada de atitudes que minimizam as chances de doenças sexualmente transmissíveis, dentre elas a AIDS. Existe uma associação entre o consumo de drogas e o aumento da atividade sexual, ainda que não haja uma relação de causalidade direta entre ambos. Porém, mesmo sem a presença do uso de drogas, boa parte dos indivíduos ainda não incorporou o sexo seguro entre os seus hábitos cotidianos. O comentário dessa semana pretende ser interativo: veja a seguir algumas situações as quais muitas pessoas se expõem cotidianamente, observe os riscos e as atitudes a serem tomadas em cada situação.

Sexo com camisinha e um método feminino para evitar filhos
Não há exposição à doenças sexualmente transmissíveis e a chance de gravidez é extremamente remota. Isso é sexo seguro!

Acidentes com a camisinha
Algumas vezes, acidentes com a camisinha acontecem. O contato provocado pode expor os indivíduos a doenças sexualmente transmissíveis e à gravidez. Procurar um clínico e/ou um ginecologista de sua confiança é a melhor atitude nessa situação.

Sexo sem proteção durante o período menstrual
Muitas vezes, evitar a gravidez indesejada é a maior preocupação das pessoas na hora da relação sexual. Desse modo, muitos acham que o período menstrual isenta o casal desse risco e os libera de utilizar um método contraceptivo. De fato, a chance de gravidez é muito pequena nessa fase. No entanto, não se tomou qualquer providência para prevenir as doenças sexualmente transmissíveis. Não abra mão da camisinha e procure orientação especializada.

Sexo sem proteção, mas sem ejaculação
Durante o intercurso sexual, mesmo que não haja ejaculação, ocorre alguma liberação de espermatozóides. Desse modo, além da exposição à doenças sexualmente transmissíveis, as chances de gravidez são consideráveis. Buscar orientação profissional especializada é novamente o caminho a ser seguido.

Sexo sem proteção, com ejaculação


Nesse caso, a exposição às doenças sexualmente transmissíveis e à gravidez indesejada é total. Não dá mais para pensar em relacionamento sexual sem camisinha, muito menos ainda em relações sexuais casuais, incidentais. Muitos profissionais da saúde, atualmente, defendem que a camisinha deve sempre existir na vida dos casais, mesmo que tenham os que mantêm relacionamentos estáveis. Um risco que não vale a pena ser corrido. Procure orientação profissional


GRAVIDEZ E DROGAS


Síndrome Alcoólica Fetal
O termo síndrome alcoólica fetal (SAF) foi alcunhado no início dos anos setenta para descrever um padrão observado em filhos de mães dependentes de álcool. A SAF pertence a um conjunto de síndromes caracterizadas pela presença de defeitos congênitos ocasionados pelo consumo materno de álcool em grandes quantidades durante a gravidez.

Consumo de maconha durante a gestação

A maconha é a substância ilícita mais consumida pelas mulheres em idade gestacional. Utilizada secularmente em algumas culturas orientais, começou a ganhar popularidade na Europa a partir do século XVI. Alvo de constantes polêmicas ao longo dos séculos, o consumo da maconha sempre alternou períodos de maior e menor aceitação. Nos últimos tempos, em virtude de novas polêmicas, a substância voltou a ser bastante estudada.

Consumo de cocaína durante a gestação


O consumo de cocaína durante a gestação vem chamando a atenção da mídia e dos pesquisadores nos últimos anos. Desde o ressurgimento do consumo de cocaína no Ocidente, a partir dos anos 80, a questão vem sendo tratada. No entanto, apenas a partir dos anos noventa que os casos puderam ser analisados com mais propriedade. A cocaína é capaz de trazer problemas ao andamento da gestação e ao desenvolvimento do feto. Anomalias ou malformações causadas pela ação cocaína durante a gestação (teratogenias) também já foram detectadas entre gestantes-usuárias. Isso mostra que a cocaína tem uma ação tóxica direta sobre o desenvolvimento fetal.

Mecanismo de ação da cocaína sobre a gestação e o feto
O principal mecanismo pelo qual a cocaína modifica o andamento da gestação e o desenvolvimento de feto é sua ação sobre a circulação.A cocaína atua no sistema nervoso central estimulando o sistema noradrenérgico.


A ativação deste sistema, além de outras coisas, aumenta a freqüência cardíaca e contrai os vasos sangüíneos (vasoconstricção). Devido à vasoconstricção há uma redução da chegada de oxigênio e nutrientes para a placenta e por conseguinte, para o feto. Neonatos expostos à cocaína durante a gestação apresentam maior incidência de prejuízos ao crescimento fetal e baixo peso ao nascer.

Consumo de tabaco durante a gestação
A associação entre consumo de tabaco e complicações durante a gravidez foi detectada no final dos anos cinqüenta. Desde então inúmeros estudos foram conduzidos, abordando os efeitos do consumo de tabaco sobre o andamento da gestação, sobre o desenvolvimento fetal e do recém-nascido.

O consumo de tabaco durante a gestação é hoje um problema de saúde pública e uma das principais causas de complicações na gravidez passíveis de prevenção.
A maior parte das tabagistas torna-se fumante regular antes dos 18 anos. Além disso, as adolescentes correspondem a mais de 90% das recém-fumantes.


Apesar da maioria das mulheres desejar abandonar o cigarro, apenas 2,5% delas alcança tal objetivo anualmente. Isso se reflete no consumo de cigarros durante a gestação: cerca de 15% das grávidas não consegue se abster do cigarro durante esse período. Dessas, quase 80% utilizam quantidades consideráveis do produto.

Algumas imagens foram retiradas do Google imagens
Fonte: Site Álcool e Drogas sem Distorção (www.einstein.br/alcooledrogas) NEAD - Núcleo Einstein de Álcool e Drogas do Hospital Israelita Albert Einstein


ABORTO

Diário de Uma Criança Por Nascer

5 DE OUTUBRO:Hoje começou minha vida. Meus pais ainda não sabem disso, mas já existo. E vou ser menina. Terei cabelos louros e olhos azuis. Quase tudo já está fixado, até mesmo que irei gostar muito de flores.
19 DE OUTUBRO:Alguns afirmam que não sou ainda uma pessoa real, que apenas minha mãe existe. Mas sou uma pessoa real, assim como uma migalhinha de pão ainda é realmente pão. Minha mãe é. E eu também sou.
23 DE OUTUBRO:Minha boca está começando agora a se abrir.

Imagine só, dentro de cerca de um ano estarei sorrindo e, depois, falando. Sei qual será minha primeira palavra: MAMÃ.


25 DE OUTUBRO:Meu coração começou hoje a bater por si mesmo. De agora em diante, baterá suavemente pelo resto de minha vida, sem jamais parar para descansar! E, depois de muitos anos, ele se cansará. Parará, e então morrerei


2 DE NOVEMBRO:Estou crescendo um pouco cada dia. Meus braços e minhas pernas começam a tomar forma. Mas tenho de esperar ainda bastante tempo antes de estas perninhas me erguerem até os braços da mamãe, antes que estes bracinhos possam colher flores e abraçar o papai.


12 DE NOVEMBRO:Pequeninos dedos começam a formar-se em minhas mãos. É engraçado como são pequenininhos! Poderei tocar com eles nos cabelos de mamãe.
20 DE NOVEMBRO:Foi somente hoje que o médico contou à mamãe que estou vivendo aqui, sob o coração dela. Oh, quão feliz ela deve estar! Sente-se feliz, mamãe?


25 DE NOVEMBRO:Mamãe e papai devem estar provavelmente pensando num nome para mim. Mas eles nem sequer sabem que sou uma menininha. Desejo que me chamem de Mariazinha. Já estou ficando tão grandinha!
10 DE DEZEMBRO:Meus cabelos estão crescendo. São macios, claros e brilhantes. Fico imaginando que tipo de cabelos mamãe tem.


13 DE DEZEMBRO:Estou quase prestes a poder ver. Tudo é escuro em volta de mim. Quando mamãe me trouxer ao mundo, ele será cheio de sol e de flores. Mas o que mais desejo é ver minha mamãe. Qual é sua aparência, mãezinha?
24 DE DEZEMBRO:Fico imaginando se mamãe ouve o sussurro do meu coração. Algumas crianças chegam ao mundo um pouco doentes. Mas meu coração é forte e saudável. Ele bate tão ritmicamente: toc-toc, toc-toc. A senhora terá uma filhinha saudável, mãezinha!
28 DE DEZEMBRO:Hoje minha mãe me matou.
Autoria Anônima
COMPLICAÇÕES DO ABORTO
Laceração do colo uterino provocada pelo uso de dilatadores.
Conseqüências:- insuficiência do colo uterino, favorecendo abortos sucessivos no primeiro e no segundo trimestre (10% das pacientes);- partos prematuros, na 20ª ou 30ª semana de gestação.


Perfuração do útero


Acontece quando é usada a colher de curetagem ou o aspirador; mais freqüentemente, através do histerômetro (instrumento que mede a cavidade uterina). O útero grávido é muito frágil e fino; pode ser perfurado sem que o cirurgião se dê conta.

É uma complicação muito séria.Conseqüências:- infecção e obstrução das trompas, provocando esterilidade;- intervenção para estancar a hemorragia produzida;- perigo de lesão no intestino, na bexiga ou nas trompas;- a artéria do útero, nesses casos, freqüentemente, é atingida, criando a necessidade de histerectomia (extirpação do útero), se não for possível estancar a hemorragia.
Fonte: www.aborto.com.br


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